FamíliaPinaceae |
Nome Comumpinheiro-bravo, pinheiro-marítimo, pinheiro-das-landes |
OrigemEuropa e África: nativo da região Mediterrânica ocidental e norte de África, encontrando-se, por isso, ao longo da costa do Mediterrânico desde a Grécia até Espanha, e desde a costa Atlântica portuguesa e francesa até Marrocos. |
Tipo de Origemalóctone |
AutorAiton. |
DescriçãoÁrvore de porte piramidal enquanto nova, mais tarde cilindro-cónica e por fim grande e arejada, com ramificação verticilada, quase horizontal. Resinosa de 30 a 40 m de altura, com tronco grosso, direito e casca (ritidoma) espessa, castanho‑avermelhada, rugosa e profundamente fendida. Folhas persistentes, aciculares (agulhas), rígidas, verde-escuras, com cerca de 10 a 27 cm, ligeiramente curvadas, inseridas aos pares, na axila de uma folha rudimentar escamosa, sobre um pequeno talo (braquiblasto) provido de uma bainha membranosa que as rodeia na base. Inflorescência em amentilhos monoicos, os masculinos amarelados, com estames escamiformes, em espiga densa; e os femininos com escamas avermelhadas ou violáceas, cada uma delas contendo 2 óvulos. Pinha subséssil, com 8 a 22 cm, castanho‑avermelhada‑brilhante na maturação, ovóide-cónica, com escamas persistentes, lenhosas e 2 sementes (pinhões) em cada escama, permanecendo frequentemente fechada por vários anos. Semente pequena, de 7 a 10 mm, prolongada por uma asa membranácea grande, até 30 mm. Maturação dos frutos no final do Verão ou no início do Outono do segundo ano. |
Tipo de Reproduçãomonóica |
Forma de Vidaárvore |
Ínicio de Floraçãomarço |
Fim de Floraçãoabril |
Perenidadeperenifólia |
Inflorescênciacone |
Cor da Florvermelho |
Tipo de Folhasimples |
Inserção de Folhaaos pares numa baínha |
Margem da Folhainteira |
Limbo da Folhaacicular |
Tipo de Frutopinha |
Consistência do Frutoseco |
Maturação do Frutosetembro |
HabitatForma povoamentos florestais puros ou mistos com outras espécies de pinheiros ou carvalhos, em solos arenosos, de natureza siliciosa, desde o nível do mar até 1700 m, suportando bem as características do macro bioclima Mediterrânico, como são os Verões quentes e secos. Na Península Ibérica é difícil distinguir entre as populações naturais e os povoamentos florestais humanos. |
ObservaçõesO género Pinus inclui um grande número de espécies na Europa. Actualmente o pinheiro-bravo cresce espontaneamente em todo o litoral mediterrâneo, preferindo solos arenosos, ácidos e pobres, encontrando-se desde o nível do mar até 1500 m. Pensa-se que a sua introdução começou na altura de D. Dinis que mandou semear pinheiro-bravo na mata de Leiria, onde até então predominava o pinheiro-manso, de vegetação espontânea. Hoje este pinhal ocupa uma extensa área do litoral (ca. de 11 000 ha). O Pinus pinaster possui uma taxa de crescimento mais rápida entre os restantes Pinus ibéricos, atingindo a maturidade entre os 10 a 15 anos de idade. Certos autores consideram a existência de duas subespécies, a atlântica e a mediterrânica, contudo, revisões recentes da Flora Ibérica não admitem essa divisão, uma vez que os caracteres distintivos de ambas não se mantêm constantes. No que respeita a pragas e doenças, o pinheiro-bravo é atacado por inúmeras, sendo uma das principais, causada pela lagarta Thaumetopoea pityocampa, conhecida como processionária do pinheiro (inseto desfolhador). |
AplicaçõesDas gemas, frescas ou secas, preparam-se infusões, xaropes e pastilhas. O pinheiro-bravo é muito utilizado para tratar as bronquites e dores reumáticas. As suas múltiplas ações vão desde anti-sépticas das vias respiratórias, diuréticas (favorece a depuração do sangue eliminando as toxinas), expectorante (facilita a expulsão das secreções dos brônquios e da faringe) e balsâmica, pois contém bálsamos que suavizam as mucosas respiratórias. O pinheiro‑bravo produz grandes quantidades de resina, que é recolhida através de incisões na casca, em forma de V, depositando-se em taças colocadas abaixo desses cortes. A resina é utilizada na produção de vários produtos químicos, uma vez que possui óleos terpénicos de muito boa qualidade. Grande parte dos produtos resultantes da destilação das gemas (mais de 90%) são exportados, alimentando um grande leque de indústrias de tintas, vernizes, fósforos, colas, farmácia, perfumaria e químicas em geral. Também é de mencionar, a utilização da madeira de pinho na produção de pasta de papel, e na indústria de serração, onde cerca de metade da produção é destinada à exportação. |