Família

Ericaceae

Nome Comum

medronheiro, ervodo, ervedeiro, ervedo, êrvedo, medronheiro-comum

Origem

Irlanda, sul da Europa, norte de África, Palestina e Macaronésia. Espontâneo em todo o território português.

Tipo de Origem

autóctone

Autor

L.

Descrição

O medronheiro é um arbusto ou pequena árvore, que pode chegar a medir entre 8 a 10 m de altura, embora normalmente não ultrapasse os 3 a 5 m, com raízes profundas. Tronco com a casca vermelho‑escuro ou cinza‑escuro, muito escamosa, que se desprende em placas, ficando caduca nos exemplares velhos. Caules erectos, tortuosos e ramos jovens avermelhados. Folhas simples, em disposição alterna, mais ou menos serradas, persistentes, obovado‑lanceoladas com pecíolo curto, um pouco coriáceas, glabras, lustrosas e verde-escuras na página superior, mais pálidas na inferior. Flores medíocres, reunidas em panículas pendentes e terminais. Corola gomilosa, esbranquiçada-esverdeada, com 5 dentes retroflectidos, caduca; 10 estames, inclusos. O fruto é uma baga globosa, vermelha na maturação, comestível (medronho), com a superfície provida de pequenas verrugas ou picos. Tem sabor ligeiramente ácido mas agradável, com 20 a 25 sementes. A época de floração surge na altura em que os frutos do ano anterior ficam maduros, de modo que podem existir simultaneamente flores e frutos.

Tipo de Reprodução

hermafrodita

Forma de Vida

árvore

Ínicio de Floração

outubro

Fim de Floração

fevereiro

Perenidade

perenifólia

Inflorescência

panícula

Cor da Flor

branco

Tipo de Folha

simples

Inserção de Folha

alterna

Margem da Folha

serrada

Limbo da Folha

obovado

Tipo de Fruto

baga

Consistência do Fruto

carnudo

Maturação do Fruto

outubro

Tendência Biogeográfica

Mediterrâneo

Habitat

Florestas mistas, matagais em vertentes e ravinas, sombrios ou soalheiros, por vezes dominante originando medronhais. Também em bosques perenifólios (azinhais, sobreirais) e mais raramente pinhais ou eucaliptais.

Observações

É uma espécie com uma vasta distribuição geográfica em torno da orla mediterrânea, incluindo o sul de França nas Landes, Norte de Espanha e todo o território português. Em Portugal é de destacar as importantes manchas de medronheiro nas Serras de Monchique e do Caldeirão, sendo grande parte exploradas na produção de frutos para obtenção de aguardente. Além disso, o medronheiro é uma planta muito decorativa, devido à sua folhagem persistente e, sobretudo, aos seus frutos globosos de cor vermelha quando maduros, que podem ser acompanhadas pelas flores, oferecendo estas um óptimo néctar para as abelhas.

O restritivo específico unedo, procede do verbo latino edo: comer, e do numeral unus: um só, que significa, “comer um só”, recordando a fama que têm os seus frutos de embriagar (bem maduros contêm certa quantidade de álcool) e provocar dores de cabeça.

Prefere solos algo frescos e profundos e clima suave. Também se cultiva como planta ornamental. 

Aplicações

As folhas e a casca do medronheiro contêm taninos, sendo utilizados para curtir as peles, e em medicina popular, como adstringente, para combater as diarreias e desinteria. A infusão das folhas é utilizada como diurético e anti-séptico das vias urinárias. A fermentação dos frutos do medronheiro, é utilizada para obter bebidas alcoólicas e vinagre, produzindo-se uma aguardente de boa qualidade. A madeira constitui um excelente combustível, outrora era a preferida para construção de casas e fornos, sendo também muito apreciada para tornear; as raízes produzem um óptimo carvão.

94 Exemplares no Parque


Porte


Folha


Flor


Fruto


Tronco