FamíliaCannabaceae |
Nome Comumlódão, agreira, ginginha-de-rei, lódão-bastardo |
OrigemSul da Europa, oeste da Ásia e norte de África. Amplamente difundido por toda a Península Ibérica, sobretudo no este e sul. |
Tipo de Origemautóctone |
AutorL. |
DescriçãoO lodão-bastardo é uma árvore robusta, até 30 m de altura, com tronco grosso e direito; casca quase lisa (nos exemplares mais velhos) e de cor cinzenta ou esbranquiçada. A copa é ampla, muito ramosa, com ramificações primárias eretas e ramagens um pouco pendentes, pubescentes desde jovens. As folhas são simples, alternas, caducas, com estípulas lineares e pecíolo bem estendido, com cerca de 1 cm de comprimento; limbo ovado-lanceolado ou lanceolado, peninérveo, com três nervuras basilares, assimétrico na base e estreitando-se no ápice para formar uma extremidade curvada e afilada; são folhas com um verde mais claro na página inferior, com a margem finamente serrada; podem medir de 7 a 14 cm de comprimento. As flores nascem sobre os novos ramos, ao mesmo tempo que as folhas e são hermafroditas ou masculinas; são solitárias sobre longos pedúnculos que nascem da axila das folhas e têm um cálice com 5 (4) sépalas que envolvem cada uma, um estame; as sépalas são alongadas e livres; as hermafroditas suportam no centro um pistilo ovado que termina em dois estigmas divergentes. O fruto é redondo e liso, do tamanho de uma ervilha, no início de cor verde, depois amarelado ou avermelhado e finalmente quase negro; é uma drupa comestível, pedicelada, lisa, glabra, mas rodeada de pelos na base do recetáculo. As sementes de 6 a 8 mm de diâmetro, são subglobosas e acastanhadas. |
Tipo de Reproduçãomonóica |
Forma de Vidaárvore |
Ínicio de Floraçãoabril |
Fim de Floraçãomaio |
Perenidadecaducifólia |
Inflorescênciasolitária |
Cor da Florverde |
Tipo de Folhasimples |
Inserção de Folhaalterna |
Margem da Folhaserrada |
Limbo da Folhalanceolado |
Tipo de Frutodrupa |
Consistência do Frutocarnudo |
Maturação do Frutosetembro |
HabitatFlorestas e fendas de rochas, sobre solo fresco e rochoso, em qualquer tipo de solo, até 1200 m. |
ObservaçõesNa Península Ibérica é especialmente frequente no Sul. É espontânea no centro e sul de Portugal e embora sendo uma espécie de crescimento lento é cultivada um pouco por todo o lado como árvore de jardins e arruamentos. É bastante resistente ao vento e à secura e pouco exigente quanto ao solo, suportando bem os calcários. |
AplicaçõesAs folhas e especialmente os frutos verdes do lódão-bastardo, têm sido usado em medicina popular, quando cozidas, como adstringentes. A madeira é muito elástica, flexível, compacta, de uma clareza branco-amarelada, no centro acinzentada, com anéis de crescimento não muito marcados; pela sua tenacidade e elasticidade terá sido muito apreciada para o fabrico de aros destinados às cubas (tonéis), peças de carretaria, remos e sobretudo é clássica a sua utilização no fabrico de utensílios com que se maneja na eira onde se debulha o cereal; esta última aplicação terá dado origem a uma indústria artesanal em Valença, Catalunha e Aragão. A madeira é também apropriada para queimar e para fabricar carvão. As suas folhas e rebentos tenros podam-se para servir de forragem no Inverno. É antes de mais uma árvore ornamental de grande beleza, ideal para alinhamentos e que pode viver até 5 ou 6 séculos. |